A antiga batalha entre margarina e manteiga continua a intrigar consumidores e profissionais de saúde.
Nos últimos anos, pesquisadores e fabricantes desses produtos têm tentado compreender seus impactos na saúde humana, e nós, como nutricionistas, temos o dever de nos atualizar sobre as melhores recomendações para os pacientes.
É por isso que no artigo de hoje do Blog Numax, vamos analisar os pontos positivos e negativos de cada opção.
A Manteiga
Começando pela aclamada manteiga, que entre os motivos para ser considerada uma opção mais saudável, podemos destacar:
Ingredientes mais naturais:
a manteiga é feita, principalmente, de creme de leite batido e adição de sal (ou não). Enquanto algumas margarinas podem conter uma lista longa de ingredientes, incluindo óleos vegetais refinados, emulsificantes e conservantes. Devemos sempre levar em consideração a quantidade e principalmente a qualidade dos ingredientes presentes nos alimentos industrializados e, por isso, nesse quesito a manteiga tem vantagem.
Presença de aditivos alimentares:
embora a manteiga contenha gorduras saturadas, as margarinas passam por um processamento industrial muito maior, com a adição de aditivos alimentares como conservantes e aromatizantes, o tornando menos natural.
Sabor, textura e cultura:
a manteiga é apreciada por seu sabor intenso e textura cremosa, o que a torna a escolha preferida para muitas preparações culinárias, como em receitas de confeitaria e panificação, por exemplo.
Além disso, em muitas culturas, a manteiga é um alimento tradicional e de produção artesanal, o que pode influenciar a preferência das pessoas pela manteiga em relação à margarina.
No entanto, é importante enfatizar que a manteiga também possui pontos negativos, viu nutri?
Alto teor de gordura saturada:
a manteiga é rica em gordura saturada, que, quando consumida em excesso, pode contribuir para doenças cardiovasculares. As recomendações de saúde sugerem moderação no consumo de gordura saturada, independente da fonte. Portanto, vale ficar de olho na quantidade de manteiga que será colocada no plano alimentar dos seus pacientes e educá-los quanto a isso.
Ausência de nutrientes adicionais:
nenhuma manteiga do mercado nacional – ainda – é enriquecida com nutrientes, como por exemplo, vitaminas ou ácidos graxos essenciais.
A Margarina
Já sobre as margarinas, alguns dos motivos pelos quais elas são consideradas péssimas opções para saúde se devem a fatos que já não são mais tão reais assim. São eles:
Alto teor de gorduras trans:
as margarinas antigas eram produzidas por meio de um processo de hidrogenação parcial de óleos vegetais, que dava origem a gorduras trans.
Gosto e textura alterados:
as margarinas antigas tinham um gosto e uma textura diferentes, mais artificiais em comparação com a manteiga, o que as tornava menos atraentes para consumo e também para aplicações culinárias.
Falta de enriquecimento nutricional:
margarinas antigas não continham nutrientes adicionais, como vitaminas ou ácidos graxos essenciais.
Isso tudo era a única realidade até alguns anos atrás, mas o processo de fabricação de margarina vem mudando consideravelmente ao longo do tempo, principalmente devido às preocupações com as gorduras trans e os efeitos prejudiciais à saúde associados a elas.
Em muitas partes do mundo, houve uma redução significativa no uso de hidrogenação parcial para a produção de margarina. Claro que, essa mudança não aconteceu em todas as marcas produtoras de margarina do mundo
Mas, no Brasil, os fabricantes estão aderindo a essas mudanças por livre e espontânea pressão, já que a ANVISA proibiu a utilização de gordura trans em produtos alimentícios.
Entenda o que mudou:
Eliminação de gorduras trans:
conforme a conscientização sobre os efeitos prejudiciais da gordura trans e a proibição do uso de gorduras trans em alimentos, as empresas reformularam suas margarinas para eliminar completamente essas gorduras. Isso tornou as margarinas modernas mais saudáveis em comparação com as versões antigas.
Baixo teor de gordura saturada:
as margarinas modernas frequentemente contêm menos gordura saturada em comparação com a manteiga, tornando-as uma opção mais saudável em termos de perfil lipídico. Por essa você não esperava, né nutri?
Enriquecimento nutricional:
algumas marcas de margarinas fazem o enriquecimento desse alimento com vitaminas (como a vitamina D, E, A ou do complexo B) e ácidos graxos essenciais (como o ômega-3), tornando-as uma fonte adicional de nutrientes benéficos.
Melhor gosto e textura:
as margarinas modernas foram aprimoradas em termos de sabor e textura, tornando-as mais parecidas com a manteiga e, portanto, mais aceitáveis para o consumo no dia-a-dia e também em muitas aplicações culinárias.
No entanto, é importante lembrar que a qualidade nutricional varia entre marcas e produtos!!!
Nutri, lembre-se sempre de orientar seu paciente que, ao escolher uma margarina, é fundamental ler os rótulos para verificar o teor de gordura saturada, gorduras trans e ingredientes artificiais. E que, optar por margarinas com baixo teor de gordura saturada e zero gorduras trans é a escolha mais saudável.
Em última análise, a escolha entre margarina e manteiga depende das preferências pessoais e das metas nutricionais de cada paciente. Ambas têm pontos fortes e fracos, e a moderação é essencial para qualquer alimento, em qualquer dieta.
Para aqueles que buscam reduzir a gordura saturada em sua dieta, a margarina pode ser a melhor opção, desde que seja livre de gorduras trans e ingredientes artificiais.
Por outro lado, para quem valoriza o sabor e menos industrialização, a manteiga pode ser a escolha mais atraente, contanto que seja consumida com moderação.
E aí, nutri, de qual time você é: manteiga, margarina, nenhum ou depende?
Referências:
DOI: https://doi.org/10.1017/S1368980021004511
DOI: https://doi.org/10.1038/ejcn.2010.122
DOI: https://doi.org/10.1016/S0021-9150(96)06063-7