O que é a fitoterapia
A fitoterapia é uma prática terapêutica que utiliza plantas medicinais e seus derivados para prevenir, tratar ou curar doenças e promover a saúde. É uma das formas mais antigas de medicina e tem sido usada por diversas culturas ao longo da história.A fitoterapia pode envolver o uso de folhas, flores, raízes, sementes e outras partes das plantas, que podem ser preparadas de diversas maneiras, como chás, extratos, tinturas, cápsulas e pomadas.
Princípios da Fitoterapia
- Uso de Plantas Medicinais: A fitoterapia se baseia no uso de plantas com propriedades medicinais. As plantas contêm diversos compostos químicos, como alcalóides, flavonoides, terpenos e glicosídeos, que têm efeitos terapêuticos.
- Prevenção e Tratamento: Além de tratar doenças, a fitoterapia também pode ser usada preventivamente para melhorar a saúde geral e fortalecer o sistema imunológico.
- Abordagem Holística: A fitoterapia considera o paciente como um todo, abordando não apenas os sintomas, mas também as causas subjacentes das doenças, o estilo de vida e a alimentação.
A fitoterapia pode ser uma ferramenta complementar valiosa no trabalho do nutricionista, oferecendo benefícios adicionais aos planos alimentares e intervenções nutricionais. Aqui estão algumas formas de como a fitoterapia se relaciona com a nutrição:
- Suporte Nutricional: Algumas plantas medicinais são ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes, que podem complementar a dieta e fornecer nutrientes essenciais.
- Gestão de Sintomas: Plantas medicinais podem ser usadas para aliviar sintomas comuns em diversas condições, como problemas digestivos (gengibre para náusea), insônia (camomila para relaxamento), ansiedade (erva-cidreira) e inflamações (curcumina).
- Controle de Doenças Crônicas: A fitoterapia pode ajudar no manejo de doenças crônicas, como diabetes (folhas de insulina, jambolão), hipertensão (hibisco, alho) e colesterol alto (aveia).
- Emagrecimento e Metabolismo: Certas plantas têm propriedades que podem ajudar no processo de emagrecimento e no aumento do metabolismo, como chá-verde e garcinia cambogia.
- Apoio ao Sistema Imunológico: Plantas como equinácea e astrágalo são conhecidas por suas propriedades imunomoduladoras, ajudando a fortalecer o sistema imunológico.
- Saúde Mental: Algumas plantas têm efeitos positivos na saúde mental, ajudando a reduzir sintomas de depressão e ansiedade (como a valeriana e a passiflora).
Para utilizar a fitoterapia de maneira eficaz, o nutricionista deve ter conhecimento aprofundado sobre as plantas medicinais, suas propriedades, dosagens recomendadas e possíveis interações com medicamentos e alimentos. A formação em fitoterapia pode ser obtida através de cursos especializados e atualizações constantes sobre novas pesquisas e descobertas na área.
Considerações Importantes
- Segurança e Eficácia: É crucial garantir a segurança e a eficácia das plantas medicinais utilizadas. A qualidade das plantas e a correta identificação botânica são fundamentais.
- Interações e Contraindicações: Algumas plantas podem interagir com medicamentos ou não ser adequadas para determinadas condições de saúde, como gravidez, lactação ou alergias.
- Regulação e Legislação: A prática da fitoterapia deve estar em conformidade com as regulamentações locais e as diretrizes do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) no Brasil, que permitem o uso de fitoterápicos desde que o nutricionista esteja devidamente habilitado.
- Individualização do Tratamento: Cada paciente é único, e os tratamentos fitoterápicos devem ser individualizados, levando em consideração a história clínica, o estilo de vida e as necessidades específicas de cada um.
A fitoterapia, quando utilizada de maneira correta e segura, pode ser uma excelente aliada no trabalho do nutricionista, oferecendo uma abordagem integrativa e holística para a promoção da saúde e o tratamento de doenças. O conhecimento adequado e a atualização constante são essenciais para que o nutricionista possa aplicar essa prática de forma eficaz e responsável.
Existe comprovação científica da eficácia da fitoterapia?
Sim, há uma quantidade significativa de estudos científicos que comprovam a eficácia da fitoterapia para diversas condições de saúde. No entanto, é importante notar que a qualidade e a quantidade de evidências variam conforme a planta medicinal e a condição tratada.
Considerações Gerais
- Variabilidade dos Estudos: A qualidade dos estudos pode variar, e nem todas as plantas medicinais têm o mesmo nível de evidência. Algumas áreas da fitoterapia ainda necessitam de mais pesquisas.
- Interações Medicamentosas: Algumas plantas podem interagir com medicamentos convencionais. Por exemplo, a Erva de São João pode interagir com antidepressivos e contraceptivos hormonais.
- Padronização e Qualidade: A eficácia de plantas medicinais pode depender da qualidade e padronização dos produtos. Nem todos os produtos de fitoterapia disponíveis no mercado são padronizados ou contêm a concentração adequada dos compostos ativos.
- Dosagem e Administração: A dosagem correta e a forma de administração são cruciais para a eficácia da fitoterapia. O uso inadequado pode levar a resultados insatisfatórios ou efeitos adversos.
Qual a opinião do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) sobre a fitoterapia?
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) do Brasil reconhece a fitoterapia como uma prática complementar à atuação do nutricionista, desde que o profissional esteja devidamente informado e siga as normativas vigentes. O CFN regulamenta o uso da fitoterapia por nutricionistas através de resoluções específicas que estabelecem as diretrizes e os requisitos para a prática.
A mais recente é a Resolução n° 680/2021, confira abaixo os principais pontos do que os nutricionistas podem ou não fazer.
Para certas prescrições, as quais vamos abordar nos próximos tópicos, nutricionistas devem comprovar formação específica em fitoterapia (de pelo menos 200 horas), obtida através de cursos de extensão, especialização ou outras formas de educação continuada reconhecidas pelo CFN.
Além disso, é importante manter registros detalhados sobre a prescrição de fitoterápicos, incluindo justificativas, dosagens, formas de administração e acompanhamento dos resultados.
Também é necessário continuar se atualizando sobre novas pesquisas, desenvolvimentos e regulamentações na área de fitoterapia, já que a prescrição de fitoterápicos deve ser baseada em evidências científicas sólidas e boas práticas clínicas.
Em suma, o CFN apoia o uso da fitoterapia como uma prática complementar na nutrição, desde que realizada por profissionais capacitados e com base em evidências científicas. A regulamentação visa garantir que a prática seja segura, eficaz e beneficie os pacientes.
O que nutricionistas podem prescrever
O profissional não habilitado em fitoterapia pode prescrever apenas infusão, decocção e maceração em água, além de drogas vegetais e óleos fixos, em formas farmacêuticas que se encaixem como alimentos, ingredientes ou suplementos alimentares.
Alguns exemplos incluem a camomila, o gengibre, o alho, óleo de linhaça, erva-doce, chá-verde, entre outros.
A regulamentação que orienta a prática da fitoterapia por nutricionistas não especifica quais fitoterápicos podem ser prescritos, deixando essa responsabilidade para o profissional.
É fundamental considerar:
- As evidências científicas sobre eficácia e segurança, ou dados de uso seguro e efetivo encontrados na literatura técnico-científica, ou ainda o uso tradicional reconhecido;
- A análise de diagnósticos, laudos e pareceres de outros profissionais da equipe multidisciplinar, definindo conjuntamente a conduta a ser adotada;
- Indicações, contraindicações e precauções de uso específicas para cada caso;
- Orientações técnicas para minimizar possíveis efeitos adversos;
- Interações com outras plantas medicinais, medicamentos e alimentos;
- Riscos potenciais de toxicidade dos produtos prescritos;
- Necessidade de monitorar a evolução clínica, ajustar doses conforme necessário e suspender tratamentos quando os objetivos forem alcançados ou por critérios técnicos estabelecidos.
No Brasil, todos os nutricionistas estão autorizados a prescrever Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) à base de vitaminas e/ou minerais e/ou aminoácidos e/ou proteínas isolados ou associados entre si, conforme regulamentação do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Essa autorização não requer uma especialização específica além da formação em nutrição.
Clique aqui para conferir a lista de medicamentos isentos de prescrição da ANVISA.
Vale lembrar que esse é um documento para guiar todas as áreas da saúde, e não significa que se está na lista, pode ser prescrito por nutricionistas, é necessário se encaixar na categoria alimentar, como já mencionado acima.
O que nutricionistas não podem prescrever
O nutricionista não pode prescrever substâncias que não estão regulamentadas pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) para serem utilizadas no exercício da profissão. Isso inclui:
- Medicamentos que requerem prescrição médica.
- Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) que não sejam à base de vitaminas, minerais, aminoácidos, proteínas isolados ou associados, ou que não sejam MIPs fitoterápicos, homeopáticos ou antroposóficos.
- Paraprobióticos e pós-bióticos.
- Substâncias como apitoxina, entre outras não especificadas pela regulamentação do CFN.
É essencial que o nutricionista siga estritamente as diretrizes estabelecidas para garantir a segurança e eficácia dos tratamentos prescritos, respeitando os limites legais e éticos de sua prática profissional.
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Esperamos que esse conteúdo tenha sido útil para você, Nutri!
Até o próximo.